Hoje quem conta para gente um pouquinho mais sobre a cidade de Porto, em Portugal, é a nossa querida amiga Ane de Mira. Ela e o Jones Nauter, seu marido, são dois apaixonados por desbravar o mundo e agora em julho eles deram um pulinho em Porto para curtir o verão europeu. Vejam que legal o relato da Ane!
“Portugal tem encantos próprios que ninguém discute: os monumentais castelos, as
Nesse julho, embarcados felizes, fomos de Porto Alegre para Lisboa e de lá, em outro avião, para o Porto. Há outras formas de fazer esse transfer, como de trem (ou comboio como chamam em Portugal) ou ônibus de viagem. Mas de avião é infinitamente mais rápido, apenas 40 minutos de voo, e confortável.
Fotos: Os belos bondes.
Ficamos hospedados no Residencial Portucalense no bairro de Faranhos, a 700m da estação de metrô Combatentes. É longinho do centro do Porto, mas como o metrô te leva para qualquer lugar que queiras ir, a vantagem fica por conta do preço da hospedagem (260,00 euros por 6 noite para o casal, com café da manhã e banheiro privativo). O Residencial, ou pousada, é simples, mas limpo e com pessoas muito simpáticas e atenciosas para atender. Os portugueses do norte me pareceram mais hospitaleiros, dados com facilidades a gracejos e risadas. Gostam de piadas, de brincadeiras, e isso mantém o ar familiar de qualquer estabelecimento em que se vá. Próximo da pousada fica o restaurante Barcarola, que serve lanches e refeições bastante em conta e maravilhosas. Vale a pena jantar por lá.
No primeiro dia de estadia, tiramos para descansar da viagem e conhecer o bairro em que estávamos. Tudo muito tranquilo, residencial, mas com todo o comércio necessário para se passar muito bem e por um preço mais justo do que o praticado nos grandes centros turísticos.
No segundo dia, compramos nossos cartões recarregáveis para o metrô e aqui faço uma paradinha para explicar: cada pessoa deve ter o seu cartão. Não há cobradores e, diferente de Lisboa, não há postos de venda com lindas criaturas te atendendo. A compra é feita em máquinas de auto-atendimento. A escolha deve ser pela compra do bilhete, depois escolhe-se o número de títulos (referentes ao número de viagens), coloca-se o valor solicitado, e aguarda-se a emissão da nota e do cartão. Quando esse se esgota, é só recarregar em qualquer máquina, em qualquer estação. Paga-se 0,60 de euros pelo cartão apenas na primeira vez. Outro detalhe importante: não há ninguém cobrando nas estações, mas pequenas máquinas em que se deve fazer a leitura do cartão, o que valida a viagem. Caso algum fiscal passe pelo metrô e resolva pedir seu cartão, ele escaneará para ver se foi validado. Se desejar usar do jeitinho brasileiro e tentar viajar de graça, saiba que poderá pagar uma multa de 130 euros por isso. Então, é muito melhor pagar 1,20 do que arriscar a multa.
Foto:Câmara Municipal.
Com o
Foto: Rio Douro.
Não deixe de curtir Gaia com vagar, experimentando cada incidência de sol às margens do Douro. Vale a pena, também, realizar o passeio de barco pelas seis pontes, que tem duração média de 50 minutos e custa uma média de 6 euros. Nós fizemos um pacote em uma agência local por 12,
Foto: Vinícola de 1735. Haja história.
Pontos que não se deve deixar de visitar: a Catedral de Porto Santa Sé (foto ao lado), seconseguir assistir a uma missa, mesmo não sendo católico, vai te surpreender com o belíssimo coral de vozes e órgão (domingo pela manhã tivemos a oportunidade de assistir à crisma de 130 adolescentes). Na sequência, parar em frente à catedral e se deslumbrar com a vista da cidade, já que se está no alto de um monte. Também a Igreja de São Francisco, com suas imensas paredes de pedra e seu ar austero. A Torre dos Clérigos é visita obrigatória. Pode-se subir por suas escadas em caracol e avistar a cidade lá do
Outra pedida é a Francesinha (foto ao lado), um prato feito de pão, salsicha fresca, carne assada, bacon, chouriço e queijo derretido com um caldo à base de cerveja e especiarias. Parece algo muito calórico e é, contudo que vale a pena ser devorado acompanhado de batatas fritas em forma de chips e água, muita água gelada. Não é das comidas mais baratas, mas ir ao Porto e não provar a Francesinha é melhor que se fique em casa assistindo a Netflix.
O que é barato no Porto são os pratos feitos do centro. Paga-se uma média de 4,50 por pessoa com arroz, frango grelhado, batatas fritas, salada e mais uma bebida. É preciso sair da área turística, mas se é muito bem atendido e bem servido.
Foto: Viagem Medieval, Santa Maria da Feira.
Já esperando os últimos dias antes de voltarmos ao Brasil, aproveitamos para ir a mosteiros e outras igrejas, como a das Almas (foto ao lado), na rua Santa Catarina, famoso calçadão do Porto, rua frequentada por turistas e portuenses para compras de vestuário, calçados, perfumaria, artigos finos e souviniers. Ali, ficamos famosos com nosso chimarrão. Afinal, ficar chupando uma “bomba” em uma mistura com “erva” dá o que pensar.
Foto: Deixando o povo louco de curiosidade querendo saber o que é essa tal “erva”.
Por curiosidade, fomos até a estação Estádio do Dragão, onde fica localizado o clube de futebol do Porto e seu museu do futebol, junto ao moderníssimo estádio construído para a Eurocopa de 2004.
Durante a semana em que estivemos no Porto, foi impossível não saborear os mais diversos tipos de doces que enchem os olhos nas vitrines das inúmeras padarias espalhadas pela cidade e redondezas, muito menos deixar de trazer umas garrafas de vinho da vinícula Offley (destaque para o Mateus Original), muito menos não querer, todas as tardinhas, sentar-se às margens do Douro para assistir ao pôr-do-sol.
Mesmo contando cada centavo, mesmo ficando em uma pousada mais simples e caminhando muito a pé, mesmo dormindo em aeroporto, ter a mala extraviada por duas vezes, mesmo não comendo direito, mesmo assim valeu a pena os dias de experiência na maravilhosa e emblemática cidade do Porto e sua região metropolitana. Ouvir suas lendas de reis e mouros, e rainhas raptadas, sentir o frio das paredes de seus castelos e igrejas centenárias, saber do trabalho árduo que tiveram os primeiros vinicultores para fazer do vinho do Porto o sucesso que é atualmente, no mundo todo, respirar seus perfumes, sentir sua brisa à beira do rio Douro, que nasce na Espanha e deságua pelos canais de Portugal até encontrar-se com o Atlântico não têm comparação. O Porto é uma paixão, um vício do qual pretendo não me libertar.”
Foto: Igreja Da Nossa Senhora Do Carmo Das Carmelitas.
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Bacana.
Como tripeiro de gema, gostei muito do seu relato.
Aceite sem o sentido de critica, pequenas "correcções" ao seu texto.
Faranhos, "Paranhos". bondinho 28, "Elétrico 28". metrô, "metro". Vila Nova di Gaia, "Vila Nova de Gaia". O próprio vinho do Porto não é do Porto, mas de Gaia, "O próprio vinho do Porto não é do Porto, nem de Gaia. Gaia nem vila era, quando isto começou, aqui só é armazenado, não havia espaço no lado do Porto". a Catedral de Porto Santa Sé (foto ao lado),"a Catedral de Porto, a Sé do Porto (foto ao lado)".
Por ultimo é uma pena não ter comentado ou talvez não ter provada o verdadeiro prato de referencia do Porto, as tripas à moda do Porto ou "dobrada"como lhe chamam os estrangeiros de Lisboa.
Obrigada pelas considerações Augusto.
Opiniões educadas como a sua são muito construtivas.
Abração.