CIDADE DO MÉXICO: DICAS DO QUE FAZER NA CAPITAL MEXICANA.

             Chegar à Cidade do México traz um mix de sensações. Talvez pelo fato de estamos em uma cidade de cores gritantes e rica historicamente e culturalmente. Talvez pelo fato de estarmos em uma cidade que como qualquer grande metrópole beire ao caos no trânsito e no agito do dia-a-dia. A poluição é visível a olho nu. Uma nuvem cinza cobre a cidade que está a 2400 metros de altitude. Para conhecer e se apaixonar (acredite, você vai se encantar por essa cidade) pela Cidade do México é preciso destinar pelo menos cinco dias a ela. Com cerca de 9 milhões de habitantes, a cidade é enorme e as distâncias entre um ponto turístico e outro dificultam conhecer tudo em um curto período de tempo.

                Optamos por nos hospedar no Centro Histórico da cidade. Ali estão muitas das atrações turísticas e dali partem transportes públicos ou privados para as demais atrações. Escolhemos o Hostel Amigo Suites, como já contamos nesse post aqui. O Centro Histórico também é o lugar ideal para iniciar suas descobertas pela cidade. São mais de 1500 prédios históricos tombados pela Unesco aqui nessa região da cidade. Você provavelmente verá de cara que os prédios do Centro Histórico estão um pouco pendentes para um lado, resultado das movimentações do solo sob a cidade que foi construída sobre um lago aterrado pelos espanhóis em 1520, época em que dominaram completamente a região. O Marco zero da cidade é Plaza de Constitución, mais conhecida como Zócalo. Aqui se vê de tudo um pouco: turistas, moradores, vendedores, gente de todo tipo. Aqui também se vê muita história. Bem no centro, uma enorme bandeira mexicana que demonstra o orgulho desse povo pela sua história e raízes imersas em uma forte cultura. O Zócalo também é o espaço público mais procurado da cidade para comemorações, festas religiosas e manifestações. Não deixe de curtir o final da tarde em um dos restaurantes nos terraços dos prédios ao redor do Zócalo. Fomos no restaurante La Terraza (foto acima). Você paga somente o que consome e o visual é incrível.

Foto: Catedral da Cidade do México.

                No entorno do Zócalo estão algumas das principais atrações da cidade. Comece pela visita gratuita à Catedral Metropolitana, erguida entre os séculos XVI e XVIII. Como demorou para ser construída, a igreja traz traços góticos, neoclássicos, barrocos e renascentistas. Ao lado da Catedral está o Templo Mayor, um sítio arqueológico encontrado por acaso em 1978 (a foto ao lado mostra uma das peças descobertas) . Com o domínio espanhol, o local foi soterrado no século XVI. É um bom local para quem gosta de arqueologia. Além do sítio arqueológico, o local abriga um museu que conta um pouco das civilizações que habitaram a região antes do século XVI. O ingresso custa 65 pesos mexicanos (US$4). Professores não pagam ingresso. Essa prática é muito comum em muitos museus mexicanos.

          Saindo do Templo Mayor, você pode atravessar a rua e ir conhecer o Palácio Nacional, com entrada gratuita mediante apresentação do passaporte. Ao entrar no Palácio você até esquece daquela correria e vai e vem das pessoas. O local te convida à contemplação, especialmente por que aqui temos obras incríveis de Diego Rivera, grande pintor mexicano. Ao longo dos três andares do prédio encontramos murais de Diego. Esses murais, pintados entre os anos 30-40, narram a conquista da América pelos espanhóis. A riqueza de detalhes é impressionante.

Foto: Um dos muitos murais de Rivera.

           Vale a pena dar uma esticadinha até o Antiguo Colégio San Ildefonso. O local que hoje é um museu é um bom retrato da arquitetura colonial mexicana do século XVI. O ingresso do museu custa 45 pesos mexicanos (US$3). A atração fica por conta dos murais dos primeiros tempos do movimento muralista mexicano com obras de Diego Rivera, Orozco e Siqueiros. Ali perto está o prédio da Secretaria de Educação que também merece a visita devido ao grande número de murais de Diego Rivera. Os murais foram pintados entre os anos de 1923 e 1928 e refletem várias influências do artista: afrescos italianos, cubismo francês e México pré-colombiano. A entrada é gratuita.

Foto: Palácio de Belas Artes.

          Dali siga em direção ao Palácio de Belas Artes, distante cerca de 15 minutos de caminhada. Com uma fachada belíssima em estilo art déco, o Palácio- construído em 1905-  tem exposições de obras de artes de muitos artistas mexicanos. Nenhuma delas é tão expressiva como o gigantesco mural El Hombre em el Cruce de Caminos, de Diego Rivera. Você senta no banco em frente ao mural e literalmente “viaja” na genialidade de Diego.

Foto: Mural El Hombre em el Cruce de Caminos.

             Ali perto há um lugar interessante para quem gosta de fatos curiosos da História. Trata-se do Bar La Opera, situado nesse endereço desde 1895. Entre nem que seja para olhar para o teto. Isso mesmo! No teto estão as marcas dos tiros de Pancho Villa, revolucionário mexicano. O prédio é riquíssimo em detalhes. Nas paredes estão vários recortes antigos de jornais que mostram visitantes ilustres do local.

          Ainda caminhando é possível chegar no Museu Mural Diego Rivera. O ingresso custa 30 pesos (US$2). Aqui está uma das obras-primas do pintor, o mural Sonho de uma Tarde de Domingo na Alameda Central. Pintado em 1947, o mural mistura a história do México aos sonhos de seus protagonistas. É, sem dúvida, uma das obras de arte mais lindas que já vimos na vida.

Foto: Mural Sonho de uma Tarde de Domingo na Alameda Central.

                Em poucos minutos de caminhada você estará no Paseo de La Reforma, principal avenida da capital mexicana, de onde é possível alcançar outros pontos turísticos. Como as distâncias são grandes, sugerimos que pegue um transporte público. Aqui, é necessário abrir um parênteses: o metrô é muito lotado. SEMPRE! Em qualquer dia e horário. Em uma bobeada da Aline, furtaram o celular no sobe e desce do metrô. Os policiais, muito presentes na cidade, nos informaram que os batedores de carteira são muito comuns no metrô. Optamos então por andar de ônibus.

Foto: Bosque de Chapultepec.

                Vá em direção aos bairros de La Condesa e Polanco, áreas nobres da cidade. Em Polanco, zona norte da cidade, está o Bosque de Chapultepec. Um enorme bosque, lugar preferido dos locais para curtir o final de semana. Aqui você encontra lugar para caminhar em meio a natureza, pedalinhos, Jardim Zoológico e o Museu Nacional de Antropologia. Esse museu, um dos mais completos da América Latina, traz um acervo enorme deixado pelos maias, astecas e outros povos que habitaram a região. O acervo é tão grande que se você gosta dessa área, pode dedicar um dia inteiro para conhecê-lo.

              A Cidade do México ainda conta com outros bairros maravilhosos, como o famoso Coyoacán- bairro de Frida Kahlo- retratado nesse post aqui. Ainda é possível ir até a Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, maior templo católico das Américas. Contamos nossa experiência na Basílica nesse outro post.

                Estar na cidade do México é deslumbrar-se até mesmo com o caos. São tantos lugares legais para se conhecer que você nem vê o tempo passar. A incrível capital do império asteca nos conquistou aos poucos, revelando-se incrivelmente bela até nos fatos corriqueiros do dia a dia, como o vai e vem nas barraquinhas de rua (foto acima). Não nos arriscamos a comer por aqui, mas é impossível não para olhar a diversidade de comida e de pessoas que estão ali.  Conheça a Cidade do México e deixe-se encantar por essa metrópole rica em história e arte.

              Gostou dessas dicas? Compartilhe com seus amigos!