Um passeio pela Quarta Colônia do Rio Grande do Sul.

Um passeio pela Quarta Colônia do Rio Grande do Sul.

       2020 foi um ano pesado. Um ano de muito isolamento, muito trabalho e muita pressão emocional. Um ano intenso. Precisávamos descansar. Queríamos sossego. Mas e a pandemia? Foi então que decidimos: era hora de buscar roteiros no contra fluxo. E foi buscando locais menos turísticos que acabamos descobrindo belas regiões do Rio Grande do Sul.

        Uma dessas regiões é a Quarta Colônia, localizada no entorno de Santa Maria, distante aproximadamente 300 km da capital Porto Alegre.

 

Foto: As estradas de chão que te levam ao Vale Vêneto.

     

 

 

         Ao longo de cinco dias, passeamos por algumas cidades da região. Fizemos como base o pequeno distrito de Vale Vêneto (pertencente a cidade São João do Polesine), com pouco mais mil habitantes.  Alugamos uma casa através do Airbnb. A Hospedagem Bell Ricordo é uma casa ampla, arejada e bem equipada. Além disso, está de frente para o principal atrativo do Vale, a Igreja de Corpus Christi. Destaque para a hospitalidade da dona Genair, proprietária que mora na casa ao lado. Ela sempre estava disponível para nos ajudar. Volta e meia ela aparecia na nossa porta com verduras e legumes recém-colhidas na horta. Um amor!  

 

Foto: Vista da Hospedagem Bell Ricordo.

Foto: Interior da casa.

 

 

        A região da Quarta Colônia recebeu, por volta de 187, algumas famílias vindas da Itália que encontraram nessa terra um local para recomeçar. Foi a quarta região a ser ocupada pelos imigrantes italianos no estado do Rio Grande do Sul, por isso o nome Quarta Colônia. Vale salientar que foi a única região ocupada por esses imigrantes fora da Serra Gaúcha. Os imigrantes que aqui chegaram vieram da região de Vêneto, no norte da Itália. A Quarta Colônia é formada por nove pequenas cidades: Agudo, Dona Francisca, Faxinal do Soturno, Ivorá, Nova Palma, Pinhal Grande, Restinga Seca, São João do Polêsine e Silveira Martins.

Fotos: As belezas de Vale Vêneto.

        Mesmo que algumas estradas que ligam as cidades sejam de chão batido, é muito fácil se locomover pela região. Tudo é relativamente perto e tranquilo para se chegar. Além disso, a paisagem é muito bonita. A gente vai viajando sem pressa e nem vê o tempo passar.

                 Talvez o ponto forte da região seja a forte religiosidade de seu povo. Igrejas e santuários estão espalhados por toda a parte. Caminhando pelas ruas do Vale Vêneto, alguém nos chama e diz: “Foram até o Calvário? O que acharam da imagem de Cristo? Fui eu que reconstruí todas as estações e a escada…” E, assim, começou um longo papo com o simpático Sr. Arlindo, um vovô de 85 anos cheio de história e amor pelo Vale Vêneto. Além do Calvário e as 14 estações da Via Sacra, também visitamos a Igreja de Corpus Christi e a gruta de Nossa Senhora de Lourdes. Descobrimos que o Seu Arlindo é proprietário do Restaurante Romilda, único restaurante do distrito e fechado em função da pandemia. Ali no Vêneto também visitamos a casa das irmãs do Imaculado Coração de Maria que produzem diversas delícias coloniais, como pães, biscoitos e massas. Caminhar despretensiosamente pelo vale e admirar os casarios italianos é uma espécie de viagem pela história do nosso estado.

Foto: A casa das Irmãs do Imaculado Coração de Maria.

       

         Outra cidade que conhecemos foi Silveira Martins, berço da colonização italiana da Quarta Colônia. Foi aqui que chegaram as primeiras levas de imigrantes italianos na região central do nosso estado. Além da ótima gastronomia vale a pena conhecer a Igreja Santo Antônio de Pádua e sua torre circular, a Praça da cidade e o Monumento do Imigrante. 

       

 

         A Quarta Colônia também se destaca por sua beleza natural. Ficamos surpresos com a quantidade de atrativos relacionados ao ecoturismo.  São locais ainda pouco divulgadas e desconhecidas por grande parte da população.  Podemos dizer que, neste quesito, a Quarta Colônia superou nossas expectativas. 

Foto: Flores em todos os cantos…

       Um dos locais que mais gostamos foi a Cascata Radatz, em Agudo. Do centro da cidade são cerca de 12 km de estrada de chão.  A beleza compensa o tempo na estrada. O ingresso custa R$10 por pessoa. Depois de se deliciar na Cascata, aproveitamos para conhecer o centro de Agudo. A cidade tem pouco mais de 16 mil habitantes e recebe esse nome devido a um morro acentuado presente na região. Não é tão pequena, mas também não é grande. A praça central, em frente à Prefeitura, é toda arrumadinha e bem cuidada. Os produtos coloniais e os moranguinhos bem doces (e vendidos a kilo) são algumas delícias da região.

       Em nossa passagem pela Quarta Colônia também conhecemos São João do Polêsine, Faxinal do Soturno e Dona Francisca. As três cheias de charme com suas ruas de paralelepípedo e a Praça central em frente à Igreja. Como estávamos no último dia do ano, a grande maioria do comércio estava fechado. Aproveitamos para descansar nas praças e brincar nos playgrounds com a Sofia.

 

Fotos: São João do Polêsine.

        Em Faxinal do Soturno, conhecemos a bela Matriz de São Roque. Fomos também até a Ermida São Pio, um local que oferece belas vistas dos vales da Quarta Colônia. Do alto do morro, é possível avistar as cidades da região. Ali foi construída uma capela em devoção a São Pio.

Foto: As belas paisagens da Ermida São Pio.

 

        Uma outra coisa que nos encantou na região é o fato de você encontrar muitos riachos na beira da estrada onde é possível se banhar. A gente saía caminhando ou de carro e daqui a pouco já parava em algum lugar para relaxar em um bom banho de rio.

Fotos: Foram muitos os banhos de rio às margens das estradinhas de chão.

     

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