CONHECENDO A RESERVA DA JAQUEIRA

          Como já contamos em outros posts, conhecer Porto Seguro vai muito além do que passear por suas lindas praias. Conhecer Porto Seguro é descobrir um pouco mais da história do nosso país, uma vez que foi no Sul na Bahia que os portugueses desembarcaram em 1500. Uma das formas de conhecer um pouco mais da nossa história é visitando a Reserva Pataxó da Jaqueira, que fica em uma área de Mata Atlântica, próxima da rodovia na Praia de Taperapuã.

            Antes de irmos procuramos perguntar e ler bastante se não se tratava daquele tipo de atração “pega-turista”, coisa muito comum por aí. Ouvimos muitos elogios sobre esse passeio e resolvemos encará-lo. Não espere chegar lá e encontrar índios “in natura”. A grande maioria já está bem ocidentalizada e convive com as facilidades oferecidas pelo “homem branco”, como celulares, computadores e internet (e suas redes sociais). A gente sabe que, no fim, é um passeio com fins lucrativos. Todavia, como ele traz muitas questões culturais, recomendamos fazer.

          A Reserva da Jaqueira existe desde 1998 e, atualmente, é composta por cerca de 100 índios, distribuídos em 32 famílias. O grande objetivo da área é revitalizar e valorizar a cultura pataxó. Em uma visita de cerca de duas horas e meia a gente conhece um pouco da trajetória dos pataxós, seus costumes e hábitos.

            Depois de uma palestra inicial de cerca de 20 minutos com Naiara, uma das idealizadoras da Reserva, fomos conhecer alguns pontos da reserva. Conhecemos o viveiro, onde estão mudas nativas para reflorestamento. Passeamos pela Oca do Pajé, e conversamos com ele sobre sua sabedoria medicinal. Ao lado da oca estava sua esposa, a parteira da Aldeia, cozinhando alguns alimentos. Sofia comeu bastante batata doce e banana. Dali partimos em direção a escola, que além do português, ensina o Patxohã, língua materna da etnia, ainda preservada na Reserva.

            Há uma loja de artesanato, onde é possível adquirir alguns produtos confeccionados ali mesmo na Aldeia.

            Ao final do passeio degustamos um peixe vermelho assado na brasa enrolado na folha de taioba, temperado apenas com sal. O que dá o sabor incrível ao peixe é a própria folha.

            Para quem deseja, dá para praticar arco e flecha e pintar o corpo com as tinturas naturais usadas pelos Pataxós. Além disso, dá para percorrer uma trilha onde são demonstradas algumas armadilhas usadas pelos índios caçadores no passado. Como a Sofia estava muito ativa nesse dia, optamos por pular essa etapa da visita. Em alguns dias, acontecem rituais, uma vez que eles consideram o lugar sagrado.

            Fomos até a Reserva Jaqueira com carro próprio, em uma estrada de chão, porém em boas condições. O passeio custou R$45 por pessoa. As visitas acontecem de segunda a sábado e, no sábado, se encerram às 14h30min. Nos outros dias elas se estendem até as 16h30min.

            Não conseguimos aproveitar a visita como desejamos uma vez que a Sofia está em uma fase que não pára. Logo, escutar palestras e ouvir explicações um pouco longas é impossível nesse momento. Mesmo assim valeu a pena e recomendamos!

 

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